Pr. Carlos Eduardo

Pr. Carlos Eduardo

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PNDH3 – CAMINHO DIREITO OU CAMINHOS DE MORTE?????

PNDH3 – CAMINHO DIREITO OU CAMINHOS DE MORTE?????
25 Há caminho v que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.
יש yesh דרך derek ישר yashar פנים paniym איש ’iysh אחרית ’achariyth דרך Derek מות maveth

12 Há g caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.
יש yesh דרך derekפנים paniym איש ’iysh ישר yashar אחרית ’achariyth דרך Derek מות maveth

Muita gente tem se manifestado e eu entendo que não podia deixar de manifestar-me também. Tenho estado muito preocupado com os rumos que as coisas vão ganhando cada dia.
Eric Hobsbawn escreveu uma obra que todo mundo deveria ler, o título do livro é: A Era dos Extremos. Nesta obra interessantíssima, um verdadeiro clássico, o autor afirma que o Sec. XX foi a tal Era dos Extremos, quando li concordei. Agora acho que os extremos são o Sec. XXI.
Confesso que não deveria me surpreender a maldade dos dias. Se não fosse o mal que cada dia se apresenta, a Bíblia não seria verdadeira. Se não ouvíssemos de guerras, rumores de guerra, fome, peste, corrupção generalizada. Se não ouvíssemos de pessoas amontoando para si doutores segundo suas próprias concupiscências. Se não ouvíssemos do amor se esfriando cada dia pela multiplicação das iniqüidades. Se não ouvíssemos de falsos cristos, de falsos profetas, falsos evangelhos, falsas doutrinas. Se não ouvíssemos falar de pais contra filhos e filhos contra pais, noras contra sogras e vice-versa. Se não ouvíssemos de tudo isto, a Bíblia não seria verdadeira. No entanto, ela é e se prova mais verdadeira cada dia.
Engraçado que isto parece caminhar no sentido contrário à Teoria da Seleção natural, do melhoramento genético, melhoramento das espécies, conforme afirmado pela ciência. Engraçado que isto parece caminhar bem no sentido inverso ao melhoramento da humanidade pela reencarnação dos espíritos como afirmado pelo espiritualismo e espiritismo. Bom, mas não é isto que quero discutir agora, mas vou discutir sobre isto sim na hora que achar por bem.
O que me assusta, me surpreende, é que eu sinceramente não esperava que tudo isto fosse acontecer sem resistência, sem luta, sem surpresas e reação pelos seres humanos. Pior, o que eu não esperava é que tudo isto fosse acontecer sem resistência pelos cristãos e particularmente pelos evangélicos.
O que está acontecendo no Brasil neste momento mesmo me assusta, me entristece, me envergonha, me enoja. Não me surpreende, mas me deixa estarrecido. Tenho assistido com surpresa que estamos caminhando a passos largos, por um caminho sem volta, ou pelo menos cuja volta não ocorrerá sem lágrimas e sangue, e não tenho visto reação à altura.
Parece-me, que se a economia vai bem os valores não precisam mais ser defendidos, a família não precisa mais ser defendida. Parece que se a economia caminha tranqüila, como se isto não fosse obrigação dos governantes, o resto as pessoas abrem mão.
A economia ir bem é obrigação dos governantes. Eles são os executivos do país (e ganham bem pra isto) e tem obrigação de conduzirem as coisas de forma correta. Além do que, num país como Brasil, alicerces de uma economia sólida foram bem lançados com trabalho de seu povo, um povo empreendedor, alegre e trabalhador. Também a economia mundial está em crescimento, com rápidas crises, mas o crescimento retoma e as coisas caminham. Então não há tanto mérito quanto se quer atribuir, com propaganda eleitoreira, a estes ou a outros governantes como se quer fazer crer. Não há tanto mérito que não se justifique cobrar que as coisas continuem andando bem seja quem for o governante e não abrir mão de valores. Não abrir mão de princípios. Não abrir mão de direitos democráticos, direitos de cidadania, direitos da família, mas sobretudo dos valores, da moral, e da ética.
Aliás moral, ética, valores, são termos que são tão pronunciados nas mesmas bocas que oferecem propina, que pedem propina, que compram votos, que vendem votos. São termos tão pronunciados em bocas que até mesmo oram agradecendo por propina que recebem ou pagam. São termos tão pronunciados por bocas que maldizem, que zombam, que proferem palavrões contra os céus e contra tudo. São termos tão pronunciados por mensaleiros, defensores do espírito de imundícia, defensores do controle do direito de informar e ser informado, defensores do direito de matar crianças indefesas ainda no ventre materno, defensores de toda sorte de nojeira que nos causa asco e regurgitação. Violadores de sigilo, de intimidade, de honra, de direito de fé, de direito de culto, de direito de organização, de direito de pregação. Violadores dos valore mais caros a nós. Estão tão banalizados estes termos, na boca de corruptos e corruptores, que parecem não fazer mais sentido.
Estou agora mesmo estarrecido com o que está acontecendo. Estamos todos alertando e sendo alertados sobre o absurdo da PNDH3. Um pseudo Projeto Nacional de “Direitos Humanos”, que caminha exatamente contra inúmeros dos valores que cada cidadão deveria defender. Que direitos humanos são estes, que caminham contra os valores das pessoas, que violam as pessoas e seus direitos, que empurrar goela abaixo valores que não se aceita. Que “Direitos Humanos” são estes que concordam com morte de pessoas a pedradas, pauladas ou decapitação em Cuba, no Irã, na Venezuela, etc... que apóia Kin Jon Il, Ahmadinejah, Hugo Chaves, Fidel Castro? que apoia FARC, que apóia o narcotráfico? ...que doa dinheiro e propriedade estatal na Colômbia, na Venezuela, etc...? ...e que discorda do direito de não aceitar o homossexualismo como errado de acordo com a Bíblia? Que caminha contra nossa crença. Que caminha contra nossa fé. Que caminha contra os valores. Que caminha contra a moral. Que caminha contra os bons costumes. E o que estamos fazendo? O que eu estou fazendo? O que você está fazendo? Acorda tu que dormes, desperta dentre os mortos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Trago aqui o resumo que o Pr Silas fez sobre o malfadado Projeto:
“- Liberação total do aborto, que será tratado como uma "questão de saúde pública", e não como uma matança de bebês inocentes;
- "Casamento" homossexual, adoção de crianças por homossexuais e criminalização do que eles chamam de "homofobia", impedindo qualquer líder cristão de falar que o homossexualismo é pecado ou moralmente errado (é só ler o que já está na Bíblia), tudo com base na "desconstrução da heteronormatividade", um conceito que relativiza a moral natural e desconsidera a anatomia dos seres humanos; (O que querem dizer com heteronormatividade, que é isso? Cunharam um termo que sequer sabem o que significa.)
- "Controle social" da imprensa, eufemismo para censura, como ocorre hoje na Venezuela de Hugo Chávez, amiguinho do Lula. Ninguém poderá criticar o governo petista;
- Estabelecimento de um Estado praticamente ateu, por meio da proibição de mencionar o nome de Deus nos documentos do governo e da retirada de todo e qualquer objeto relacionado à religião das repartições públicas (Bíblias, crucifixos etc);
- O Judiciário não poderá mais determinar a reintegração de posse de áreas invadidas (sejam terras rurais ou prédios urbanos), dando liberdade total para o MST (e outras organizações do gênero), a quadrilha terrorista que invade e destrói o campo, ameaçando provocar a fome por meio de uma crise de abastecimento de alimentos no país, como ocorre hoje na Venezuela de Chávez, o amigo do Lula;
- Legitimação da prostituição e seu enaltecimento como uma profissão digna, em vez de coibir este vício lucrativo e reprimir as redes milionárias que escravizam mulheres;
- "Redução das desigualdades sociais por meio de ações de transferência de renda", o que significa aumentar e criar mais impostos, confiscar bens, etc, tirando dinheiro de quem trabalhou e dando na mão de vagabundos agitadores ou fazendo "caridade" com o dinheiro alheio;
- Estabelecimento de critérios leoninos (impossíveis de serem cumpridos) para a desapropriação de terras - destinadas à reforma agrária socialista - cujos donos não cumprirem a "função social";
- Limitação da agricultura e da pecuária para não "impactar o meio ambiente", com base em falácias ecologistas sem fundamentação científica. Isto também prejudicará o fornecimento de carne e produtos agrícolas;
- Desmembramento do Brasil, outorgando enorme autonomia às "populações indígenas" (ideologia tribalista que quer manter os índios fora da sociedade brasileira), criando assim nações paralelas dentro do território da nação, nas quais já se recusa vigência às leis brasileiras, como o Código Penal. Lembram-se da demarcação da reserva "Raposa Serra do Sol"? Então, há uma reserva imensa de nióbio (metal raro e caríssimo) exatamente embaixo da área demarcada... Será que foi "coincidência"?
- Controle e instrumentalização do Judiciário, poder ainda independente (apesar do CNJ), por meio da criação do "Observatório da Justiça", proposta claramente totalitária que visa a suprimir um dos três poderes;
- Controle das polícias brasileiras, por meio da criação de milícias revolucionárias semi-oficiais totalmente autônomas (denominadas eufemisticamente "ouvidorias"), dotadas de poderes próprios da Polícia regular e do Ministério Público, e comandadas por "ouvidores" nomeados pelo governo, que seriam os "comissários do povo" ou "fiscais de bairro" dos regimes totalitários. Isto aconteceu e acontece em todos os países comunistas. Vimos isto no Chile de Allende e, ainda hoje, em Cuba de Fidel e na Venezuela de Hugo Chávez.”
Mas é muito pior que o que está aí. Vale até algumas perguntas:
- Você já leu o que está lá? Concorda com o que está lá? Se você leu e concorda com o que está escrito então te respeito ainda que não respeite teus valores pois não se coadunam com os valores que defendo.
- Você não leu? Com todos os avisos que está recebendo ainda não leu? Quem assina um documento sem ler é o que? (Numa empresa seria no mínimo incompetente, inconseqüente ou até irresponsável. Pois é, votar sem ler o que será apreciado pelo teu candidato é o mesmo que assinar documento sem ler.
- Já leu e não concorda? Então respeito teus valores, mas não posso deixar de perguntar: Está fazendo o quê para que aquele amontoado de besteiras não seja aprovado? Nada? Isto é pior que assinar sem ler, é omissão, é conivência, é pior que incompetência. Não estou te adjetivando disto, claro que não, tenho educação e respeito por todos, mas estou apenas dizendo que omissão e conivência é pior que incompetência.
- Vais votar? O que teu candidato defende? Os mesmos valores que você? Então ótimo, parabéns, teu voto é verdadeiramente inteligente, você é inteligente, você é um cidadão verdadeiramente responsável.
- Ele defende valores diferentes dos teus? Mesmo assim você vai votar nele? Cuidado, você está construindo um legado para tua nação, para teus filhos, para teus amigos, para teus netos. Assim que se assassina a moral, a ética, assim que se defende corruptos, assim que se é pior que os maus.
Mas, desculpe aí, são somente algumas perguntas. Não quero ofender ninguém, quero tão somente colocar minha opinião, pelo menos enquanto posso. Pelo menos enquanto não estiver proibido de expressar o que penso e sinto, pelo menos enquanto eleitores inconseqüentes não acabarem com meu direito de protesto, de crença, de voto, de culto, de expressão, de defender minhas idéias. Pelo menos enquanto eleitores inconseqüentes não me condenarem à cadeia por expressar-me livremente. Pelo menos enquanto eu e toda a imprensa pudermos dizer o que pensamos. Pelo menos enquanto eu puder dizer aos meus filhos e netos, aos meus alunos e irmãos o que a Bíblia defende como certo e como errado. Enquanto eu ainda tiver o direito de ensinar minha família o que é ético e moral. Enquanto eu ainda puder ler versículos como:
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos! 9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
Aliás, enquanto eu puder ler versículos. Enquanto eu puder ler a Bíblia. Enquanto eu não for obrigado a me esconder em catacumbas para oferecer meu culto. Enquanto eu não for considerado homofóbico (ridículo isto) porque não concordo com o homossexualismo. Ridículo ouvir falar em heteronormatividade, não sou eu quem determino o sexo das crianças, é a natureza, é Deus, e negar isto é o mesmo que negar a Lei da Gravidade. Daqui a pouco vão dizer que se deve abolir esta lei da natureza também.
Ainda mais ridículo ouvir falar em heteronormatividade quando querem se referir a uma possível lei feita por heterossexuais. Esquecem-se que opor-se a heteronormatividade seria apregoar a alternormatividade. O antônimo de hetero é alter e não homo. Substituir heteronormatividade por alternormatividade é substituir a lei que vem de outro (hetero= outro) pela lei feita por si mesmo (alter= si), isto é anarquia. Se abolirá todo o sistema jurídico? Mas mesmo que considerássemos uma substituição de uma pseudo existente heteronormatividade, que não é verdadeira senão a lei natural que estipula os sexos e a lei da democracia que elege seus representantes, substituir-se-ia pelo quê? Pela homonormatividade? Isto não seria contrariar exatamente o argumento de discriminação que tanto defendem? Poderia falar mais sobre isto e tentar esgotar as possibilidades, mas é ridículo demais ficar discutindo esta invenção lamentável de um decreto presidencial que tão somente vislumbra introduzir no sistema jurídico um argumento que não se sustenta diante da própria ciência, da própria biologia, da própria psicologia séria, da ética, da moral, da família, e da própria moral coletiva brasileira. O sistema jurídico existe para representar, legalizar, jurisdicizar a moral social e não o contrário. É inversão total de valores no verdadeiro sentido. Mas outro momento fala melhor sobre isto, não tenho tempo agora.
E daí, você se indignou? Qual foi tua reação? Está tudo normal? Não tem problema desde que a economia vá bem?
Não posso acreditar que para você tudo está bem. Não posso acreditar que você tornou-se insensível a ponto de achar que está tudo normal. Não posso acreditar que você pense que só na igreja é que devemos defender nossos princípios. Não posso acreditar que você não pense nos valores para tua própria família. Não posso acreditar.
Não é hora de festejar. Não é hora de alegria. Não é hora sequer de brincar. Não é hora de fechar os olhos e deixar as coisas caminharem sem qualquer indignação, sem qualquer reação. É hora de chorar, prantear, e agir, agir, votar, votar bem, votar direito, votar honesto, votar correto. Não ser corrupto como os corruptos. Vender o voto por meios não oficiais (dentadura, cadeira de rodas, tijolos, bancos, carros, casas, dinheiro, conta de luz ou de água, etc...) ou por meios oficiais (bolsa alguma coisa [isto é obrigação dos governantes quando efetivamente necessário], dispensa de imposto [isto é obrigação dos governantes quando efetivamente necessário], etc...) é corrupção. É corrupção, entendeu? Porque a economia vai bem [isto é obrigação dos governantes] é corrupção, entendeu? Voto honesto é voto que defende os valores em que você acredita pois eles são superiores a quaisquer bens materiais, quaisquer mesmo.
Você cristão, você crente, você salvo, até onde vai a tua insensibilidade? Você não está vendo que está sendo conivente, condescendente com Barrabás, com Herodes, com Judas, com Pilatos, com tudo que há de mais desprezível na história bíblica e fora dela? Você vai continuar de olhos fechados, de boca fechada, sentadinho na frente da televisão sem fazer nada.
Você que está vendendo seu voto por alguma coisa. Você que está barganhando teu voto por qualquer espécie de vantagem lícita ou ilícita. Você é corrupto! Cale a boca quando ouvires falar de mensalão, de dinheiro escondido nos mais diversos lugares, de ambulâncias corruptas, de dossiês pagos com dinheiro público, de FARC que defende o narcotráfico, de traficantes por conseqüência, de ladrões por conseqüência. Cale a boca quando ouvires falar de tudo aquilo que com teu voto incentivas quando não faz igual.
Pior ainda para você que vende o voto das pessoas que estão sob teus cuidados, teus alunos, teus filhos, tua família, teus amigos. Você é corrupto!
E ainda mais grave você que vende o voto de tuas ovelhas, das pessoas que te amam, das pessoas que confiam em você como sacerdote sobre suas vidas, dos teu liderados. Você é corrupto, o pior deles. Vá pedir perdão a Deus, orar muito e chorar muito. Se tiver ombridade, vergonha na cara, peça perdão à igreja, peça perdão ao povo de Deus, peça perdão aos teus liderados. Deus não terá você por inocente. Você pode rir de tudo e todos, você pode tentar justificar para tua própria consciência dizendo que não há problemas, você pode tentar o que você quiser, mas Deus não terá você por inocente. Você é o pior dos corruptos!
Ocorre que é aqui na vida terrena que nos preparamos para a vida futura. É hoje que preparamos o amanhã. Seja aqui na terra ou seja na vida eterna (provavelmente não será no céu que os coniventes estarão), teremos as conseqüências de nossa omissão, de nossa ignorância consentida, de nossa alienação, de nossa ganância que somente nos faz enxergar uma economia que vai bem, de uma ignorância que somente nos faz enxergar o bolsa alguma coisa como vantagem (como se não fosse obrigação dos governantes) que nos leva a abrirmos mão de todos os valores que deveríamos defender. É ridículo estarmos diante disto. É ridículo que alguém pense desta forma.
É ridículo que alguém veja aquilo que é obrigação dos governantes fazer por si(este mesmo alguém) sem ferir seus princípios, como verdadeira compra dos princípios, valores e pior, do silencio. É ridícula esta acomodação. É ser conivente com tudo aquilo que matou milhares de cristãos. É ser conivente com o derramamento de sangue dos milhares de missionários que morreram atrás da janela de ferro. É consentir com a morte, prisão, perseguição de milhares de judeus no holocausto. Será que não vemos que os princípios que estão aí sendo defendidos neste maldito Projeto são os mesmos que arruinaram a humanidade, que fizeram a crueldade imperar contra cristãos em várias partes do mundo?
Meus irmãos, as reações que temos visto ainda são muito modestas, muito fracas mesmo para tanta maldade que estes malfadados projetos contém.
Me assusta, como dizia aquele pensador: Não a maldade dos maus, mas o silencio dos bons. Me assusta a falta de reação. Me assusta a falta de indignação. Me assusta a falta de luta. Não estou falando de luta violenta, somos contra isto, mas a luta das idéias, da palavra e sobretudo do voto.
Me assusta a conivência. Me assusta a venda dos valores, a venda da ética, a venda da moral, a venda da família. Me assusta abrirmos mão com tanta facilidade da defesa de todos os valores que pregamos. Me assusta que votemos a favor de tudo aquilo que mais desprezamos, contra tudo aquilo pelo que tanto lutamos contra tudo aquilo pelo que tantos de nós morreram, a começar do nosso Senhor Jesus Cristo.
Isto é matar Cristo de novo. Isto é matar nossos mártires de novo. Isto é dizer aos nossos filhos que concordamos com toda bandalheira. É dizer ao mundo que o crime, a imoralidade, a corrupção, os mensalões, a ilegalidade compensa. Tudo porque a economia vai bem?????? Caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim são caminhos de morte.

REFLITA SOBRE ISTO, FAÇA ALGUMA COISA PELO AMOR DE DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Este texto está publicado e não tenho qualquer direito autoral sobre ele. É o que penso e você pode copiar, colar, fazer o que quiser.

Para ler o Decreto (PNDH3) acessar o seguinte link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7037.htm

PNDH3 – CAMINHO DIREITO OU CAMINHOS DE MORTE?????

PNDH3 – CAMINHO DIREITO OU CAMINHOS DE MORTE?????
25 Há caminho v que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.
יש yesh דרך derek ישר yashar פנים paniym איש ’iysh אחרית ’achariyth דרך Derek מות maveth

12 Há g caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.
יש yesh דרך derekפנים paniym איש ’iysh ישר yashar אחרית ’achariyth דרך Derek מות maveth

Muita gente tem se manifestado e eu entendo que não podia deixar de manifestar-me também. Tenho estado muito preocupado com os rumos que as coisas vão ganhando cada dia.
Eric Hobsbawn escreveu uma obra que todo mundo deveria ler, o título do livro é: A Era dos Extremos. Nesta obra interessantíssima, um verdadeiro clássico, o autor afirma que o Sec. XX foi a tal Era dos Extremos, quando li concordei. Agora acho que os extremos são o Sec. XXI.
Confesso que não deveria me surpreender a maldade dos dias. Se não fosse o mal que cada dia se apresenta, a Bíblia não seria verdadeira. Se não ouvíssemos de guerras, rumores de guerra, fome, peste, corrupção generalizada. Se não ouvíssemos de pessoas amontoando para si doutores segundo suas próprias concupiscências. Se não ouvíssemos do amor se esfriando cada dia pela multiplicação das iniqüidades. Se não ouvíssemos de falsos cristos, de falsos profetas, falsos evangelhos, falsas doutrinas. Se não ouvíssemos falar de pais contra filhos e filhos contra pais, noras contra sogras e vice-versa. Se não ouvíssemos de tudo isto, a Bíblia não seria verdadeira. No entanto, ela é e se prova mais verdadeira cada dia.
Engraçado que isto parece caminhar no sentido contrário à Teoria da Seleção natural, do melhoramento genético, melhoramento das espécies, conforme afirmado pela ciência. Engraçado que isto parece caminhar bem no sentido inverso ao melhoramento da humanidade pela reencarnação dos espíritos como afirmado pelo espiritualismo e espiritismo. Bom, mas não é isto que quero discutir agora, mas vou discutir sobre isto sim na hora que achar por bem.
O que me assusta, me surpreende, é que eu sinceramente não esperava que tudo isto fosse acontecer sem resistência, sem luta, sem surpresas e reação pelos seres humanos. Pior, o que eu não esperava é que tudo isto fosse acontecer sem resistência pelos cristãos e particularmente pelos evangélicos.
O que está acontecendo no Brasil neste momento mesmo me assusta, me entristece, me envergonha, me enoja. Não me surpreende, mas me deixa estarrecido. Tenho assistido com surpresa que estamos caminhando a passos largos, por um caminho sem volta, ou pelo menos cuja volta não ocorrerá sem lágrimas e sangue, e não tenho visto reação à altura.
Parece-me, que se a economia vai bem os valores não precisam mais ser defendidos, a família não precisa mais ser defendida. Parece que se a economia caminha tranqüila, como se isto não fosse obrigação dos governantes, o resto as pessoas abrem mão.
A economia ir bem é obrigação dos governantes. Eles são os executivos do país (e ganham bem pra isto) e tem obrigação de conduzirem as coisas de forma correta. Além do que, num país como Brasil, alicerces de uma economia sólida foram bem lançados com trabalho de seu povo, um povo empreendedor, alegre e trabalhador. Também a economia mundial está em crescimento, com rápidas crises, mas o crescimento retoma e as coisas caminham. Então não há tanto mérito quanto se quer atribuir, com propaganda eleitoreira, a estes ou a outros governantes como se quer fazer crer. Não há tanto mérito que não se justifique cobrar que as coisas continuem andando bem seja quem for o governante e não abrir mão de valores. Não abrir mão de princípios. Não abrir mão de direitos democráticos, direitos de cidadania, direitos da família, mas sobretudo dos valores, da moral, e da ética.
Aliás moral, ética, valores, são termos que são tão pronunciados nas mesmas bocas que oferecem propina, que pedem propina, que compram votos, que vendem votos. São termos tão pronunciados em bocas que até mesmo oram agradecendo por propina que recebem ou pagam. São termos tão pronunciados por bocas que maldizem, que zombam, que proferem palavrões contra os céus e contra tudo. São termos tão pronunciados por mensaleiros, defensores do espírito de imundícia, defensores do controle do direito de informar e ser informado, defensores do direito de matar crianças indefesas ainda no ventre materno, defensores de toda sorte de nojeira que nos causa asco e regurgitação. Violadores de sigilo, de intimidade, de honra, de direito de fé, de direito de culto, de direito de organização, de direito de pregação. Violadores dos valore mais caros a nós. Estão tão banalizados estes termos, na boca de corruptos e corruptores, que parecem não fazer mais sentido.
Estou agora mesmo estarrecido com o que está acontecendo. Estamos todos alertando e sendo alertados sobre o absurdo da PNDH3. Um pseudo Projeto Nacional de “Direitos Humanos”, que caminha exatamente contra inúmeros dos valores que cada cidadão deveria defender. Que direitos humanos são estes, que caminham contra os valores das pessoas, que violam as pessoas e seus direitos, que empurrar goela abaixo valores que não se aceita. Que “Direitos Humanos” são estes que concordam com morte de pessoas a pedradas, pauladas ou decapitação em Cuba, no Irã, na Venezuela, etc... que apóia Kin Jon Il, Ahmadinejah, Hugo Chaves, Fidel Castro? que apoia FARC, que apóia o narcotráfico? ...que doa dinheiro e propriedade estatal na Colômbia, na Venezuela, etc...? ...e que discorda do direito de não aceitar o homossexualismo como errado de acordo com a Bíblia? Que caminha contra nossa crença. Que caminha contra nossa fé. Que caminha contra os valores. Que caminha contra a moral. Que caminha contra os bons costumes. E o que estamos fazendo? O que eu estou fazendo? O que você está fazendo? Acorda tu que dormes, desperta dentre os mortos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Trago aqui o resumo que o Pr Silas fez sobre o malfadado Projeto:
“- Liberação total do aborto, que será tratado como uma "questão de saúde pública", e não como uma matança de bebês inocentes;
- "Casamento" homossexual, adoção de crianças por homossexuais e criminalização do que eles chamam de "homofobia", impedindo qualquer líder cristão de falar que o homossexualismo é pecado ou moralmente errado (é só ler o que já está na Bíblia), tudo com base na "desconstrução da heteronormatividade", um conceito que relativiza a moral natural e desconsidera a anatomia dos seres humanos; (O que querem dizer com heteronormatividade, que é isso? Cunharam um termo que sequer sabem o que significa.)
- "Controle social" da imprensa, eufemismo para censura, como ocorre hoje na Venezuela de Hugo Chávez, amiguinho do Lula. Ninguém poderá criticar o governo petista;
- Estabelecimento de um Estado praticamente ateu, por meio da proibição de mencionar o nome de Deus nos documentos do governo e da retirada de todo e qualquer objeto relacionado à religião das repartições públicas (Bíblias, crucifixos etc);
- O Judiciário não poderá mais determinar a reintegração de posse de áreas invadidas (sejam terras rurais ou prédios urbanos), dando liberdade total para o MST (e outras organizações do gênero), a quadrilha terrorista que invade e destrói o campo, ameaçando provocar a fome por meio de uma crise de abastecimento de alimentos no país, como ocorre hoje na Venezuela de Chávez, o amigo do Lula;
- Legitimação da prostituição e seu enaltecimento como uma profissão digna, em vez de coibir este vício lucrativo e reprimir as redes milionárias que escravizam mulheres;
- "Redução das desigualdades sociais por meio de ações de transferência de renda", o que significa aumentar e criar mais impostos, confiscar bens, etc, tirando dinheiro de quem trabalhou e dando na mão de vagabundos agitadores ou fazendo "caridade" com o dinheiro alheio;
- Estabelecimento de critérios leoninos (impossíveis de serem cumpridos) para a desapropriação de terras - destinadas à reforma agrária socialista - cujos donos não cumprirem a "função social";
- Limitação da agricultura e da pecuária para não "impactar o meio ambiente", com base em falácias ecologistas sem fundamentação científica. Isto também prejudicará o fornecimento de carne e produtos agrícolas;
- Desmembramento do Brasil, outorgando enorme autonomia às "populações indígenas" (ideologia tribalista que quer manter os índios fora da sociedade brasileira), criando assim nações paralelas dentro do território da nação, nas quais já se recusa vigência às leis brasileiras, como o Código Penal. Lembram-se da demarcação da reserva "Raposa Serra do Sol"? Então, há uma reserva imensa de nióbio (metal raro e caríssimo) exatamente embaixo da área demarcada... Será que foi "coincidência"?
- Controle e instrumentalização do Judiciário, poder ainda independente (apesar do CNJ), por meio da criação do "Observatório da Justiça", proposta claramente totalitária que visa a suprimir um dos três poderes;
- Controle das polícias brasileiras, por meio da criação de milícias revolucionárias semi-oficiais totalmente autônomas (denominadas eufemisticamente "ouvidorias"), dotadas de poderes próprios da Polícia regular e do Ministério Público, e comandadas por "ouvidores" nomeados pelo governo, que seriam os "comissários do povo" ou "fiscais de bairro" dos regimes totalitários. Isto aconteceu e acontece em todos os países comunistas. Vimos isto no Chile de Allende e, ainda hoje, em Cuba de Fidel e na Venezuela de Hugo Chávez.”
Mas é muito pior que o que está aí. Vale até algumas perguntas:
- Você já leu o que está lá? Concorda com o que está lá? Se você leu e concorda com o que está escrito então te respeito ainda que não respeite teus valores pois não se coadunam com os valores que defendo.
- Você não leu? Com todos os avisos que está recebendo ainda não leu? Quem assina um documento sem ler é o que? (Numa empresa seria no mínimo incompetente, inconseqüente ou até irresponsável. Pois é, votar sem ler o que será apreciado pelo teu candidato é o mesmo que assinar documento sem ler.
- Já leu e não concorda? Então respeito teus valores, mas não posso deixar de perguntar: Está fazendo o quê para que aquele amontoado de besteiras não seja aprovado? Nada? Isto é pior que assinar sem ler, é omissão, é conivência, é pior que incompetência. Não estou te adjetivando disto, claro que não, tenho educação e respeito por todos, mas estou apenas dizendo que omissão e conivência é pior que incompetência.
- Vais votar? O que teu candidato defende? Os mesmos valores que você? Então ótimo, parabéns, teu voto é verdadeiramente inteligente, você é inteligente, você é um cidadão verdadeiramente responsável.
- Ele defende valores diferentes dos teus? Mesmo assim você vai votar nele? Cuidado, você está construindo um legado para tua nação, para teus filhos, para teus amigos, para teus netos. Assim que se assassina a moral, a ética, assim que se defende corruptos, assim que se é pior que os maus.
Mas, desculpe aí, são somente algumas perguntas. Não quero ofender ninguém, quero tão somente colocar minha opinião, pelo menos enquanto posso. Pelo menos enquanto não estiver proibido de expressar o que penso e sinto, pelo menos enquanto eleitores inconseqüentes não acabarem com meu direito de protesto, de crença, de voto, de culto, de expressão, de defender minhas idéias. Pelo menos enquanto eleitores inconseqüentes não me condenarem à cadeia por expressar-me livremente. Pelo menos enquanto eu e toda a imprensa pudermos dizer o que pensamos. Pelo menos enquanto eu puder dizer aos meus filhos e netos, aos meus alunos e irmãos o que a Bíblia defende como certo e como errado. Enquanto eu ainda tiver o direito de ensinar minha família o que é ético e moral. Enquanto eu ainda puder ler versículos como:
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos! 9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
Aliás, enquanto eu puder ler versículos. Enquanto eu puder ler a Bíblia. Enquanto eu não for obrigado a me esconder em catacumbas para oferecer meu culto. Enquanto eu não for considerado homofóbico (ridículo isto) porque não concordo com o homossexualismo. Ridículo ouvir falar em heteronormatividade, não sou eu quem determino o sexo das crianças, é a natureza, é Deus, e negar isto é o mesmo que negar a Lei da Gravidade. Daqui a pouco vão dizer que se deve abolir esta lei da natureza também.
Ainda mais ridículo ouvir falar em heteronormatividade quando querem se referir a uma possível lei feita por heterossexuais. Esquecem-se que opor-se a heteronormatividade seria apregoar a alternormatividade. O antônimo de hetero é alter e não homo. Substituir heteronormatividade por alternormatividade é substituir a lei que vem de outro (hetero= outro) pela lei feita por si mesmo (alter= si), isto é anarquia. Se abolirá todo o sistema jurídico? Mas mesmo que considerássemos uma substituição de uma pseudo existente heteronormatividade, que não é verdadeira senão a lei natural que estipula os sexos e a lei da democracia que elege seus representantes, substituir-se-ia pelo quê? Pela homonormatividade? Isto não seria contrariar exatamente o argumento de discriminação que tanto defendem? Poderia falar mais sobre isto e tentar esgotar as possibilidades, mas é ridículo demais ficar discutindo esta invenção lamentável de um decreto presidencial que tão somente vislumbra introduzir no sistema jurídico um argumento que não se sustenta diante da própria ciência, da própria biologia, da própria psicologia séria, da ética, da moral, da família, e da própria moral coletiva brasileira. O sistema jurídico existe para representar, legalizar, jurisdicizar a moral social e não o contrário. É inversão total de valores no verdadeiro sentido. Mas outro momento fala melhor sobre isto, não tenho tempo agora.
E daí, você se indignou? Qual foi tua reação? Está tudo normal? Não tem problema desde que a economia vá bem?
Não posso acreditar que para você tudo está bem. Não posso acreditar que você tornou-se insensível a ponto de achar que está tudo normal. Não posso acreditar que você pense que só na igreja é que devemos defender nossos princípios. Não posso acreditar que você não pense nos valores para tua própria família. Não posso acreditar.
Não é hora de festejar. Não é hora de alegria. Não é hora sequer de brincar. Não é hora de fechar os olhos e deixar as coisas caminharem sem qualquer indignação, sem qualquer reação. É hora de chorar, prantear, e agir, agir, votar, votar bem, votar direito, votar honesto, votar correto. Não ser corrupto como os corruptos. Vender o voto por meios não oficiais (dentadura, cadeira de rodas, tijolos, bancos, carros, casas, dinheiro, conta de luz ou de água, etc...) ou por meios oficiais (bolsa alguma coisa [isto é obrigação dos governantes quando efetivamente necessário], dispensa de imposto [isto é obrigação dos governantes quando efetivamente necessário], etc...) é corrupção. É corrupção, entendeu? Porque a economia vai bem [isto é obrigação dos governantes] é corrupção, entendeu? Voto honesto é voto que defende os valores em que você acredita pois eles são superiores a quaisquer bens materiais, quaisquer mesmo.
Você cristão, você crente, você salvo, até onde vai a tua insensibilidade? Você não está vendo que está sendo conivente, condescendente com Barrabás, com Herodes, com Judas, com Pilatos, com tudo que há de mais desprezível na história bíblica e fora dela? Você vai continuar de olhos fechados, de boca fechada, sentadinho na frente da televisão sem fazer nada.
Você que está vendendo seu voto por alguma coisa. Você que está barganhando teu voto por qualquer espécie de vantagem lícita ou ilícita. Você é corrupto! Cale a boca quando ouvires falar de mensalão, de dinheiro escondido nos mais diversos lugares, de ambulâncias corruptas, de dossiês pagos com dinheiro público, de FARC que defende o narcotráfico, de traficantes por conseqüência, de ladrões por conseqüência. Cale a boca quando ouvires falar de tudo aquilo que com teu voto incentivas quando não faz igual.
Pior ainda para você que vende o voto das pessoas que estão sob teus cuidados, teus alunos, teus filhos, tua família, teus amigos. Você é corrupto!
E ainda mais grave você que vende o voto de tuas ovelhas, das pessoas que te amam, das pessoas que confiam em você como sacerdote sobre suas vidas, dos teu liderados. Você é corrupto, o pior deles. Vá pedir perdão a Deus, orar muito e chorar muito. Se tiver ombridade, vergonha na cara, peça perdão à igreja, peça perdão ao povo de Deus, peça perdão aos teus liderados. Deus não terá você por inocente. Você pode rir de tudo e todos, você pode tentar justificar para tua própria consciência dizendo que não há problemas, você pode tentar o que você quiser, mas Deus não terá você por inocente. Você é o pior dos corruptos!
Ocorre que é aqui na vida terrena que nos preparamos para a vida futura. É hoje que preparamos o amanhã. Seja aqui na terra ou seja na vida eterna (provavelmente não será no céu que os coniventes estarão), teremos as conseqüências de nossa omissão, de nossa ignorância consentida, de nossa alienação, de nossa ganância que somente nos faz enxergar uma economia que vai bem, de uma ignorância que somente nos faz enxergar o bolsa alguma coisa como vantagem (como se não fosse obrigação dos governantes) que nos leva a abrirmos mão de todos os valores que deveríamos defender. É ridículo estarmos diante disto. É ridículo que alguém pense desta forma.
É ridículo que alguém veja aquilo que é obrigação dos governantes fazer por si(este mesmo alguém) sem ferir seus princípios, como verdadeira compra dos princípios, valores e pior, do silencio. É ridícula esta acomodação. É ser conivente com tudo aquilo que matou milhares de cristãos. É ser conivente com o derramamento de sangue dos milhares de missionários que morreram atrás da janela de ferro. É consentir com a morte, prisão, perseguição de milhares de judeus no holocausto. Será que não vemos que os princípios que estão aí sendo defendidos neste maldito Projeto são os mesmos que arruinaram a humanidade, que fizeram a crueldade imperar contra cristãos em várias partes do mundo?
Meus irmãos, as reações que temos visto ainda são muito modestas, muito fracas mesmo para tanta maldade que estes malfadados projetos contém.
Me assusta, como dizia aquele pensador: Não a maldade dos maus, mas o silencio dos bons. Me assusta a falta de reação. Me assusta a falta de indignação. Me assusta a falta de luta. Não estou falando de luta violenta, somos contra isto, mas a luta das idéias, da palavra e sobretudo do voto.
Me assusta a conivência. Me assusta a venda dos valores, a venda da ética, a venda da moral, a venda da família. Me assusta abrirmos mão com tanta facilidade da defesa de todos os valores que pregamos. Me assusta que votemos a favor de tudo aquilo que mais desprezamos, contra tudo aquilo pelo que tanto lutamos contra tudo aquilo pelo que tantos de nós morreram, a começar do nosso Senhor Jesus Cristo.
Isto é matar Cristo de novo. Isto é matar nossos mártires de novo. Isto é dizer aos nossos filhos que concordamos com toda bandalheira. É dizer ao mundo que o crime, a imoralidade, a corrupção, os mensalões, a ilegalidade compensa. Tudo porque a economia vai bem?????? Caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim são caminhos de morte.

REFLITA SOBRE ISTO, FAÇA ALGUMA COISA PELO AMOR DE DEUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Este texto está publicado e não tenho qualquer direito autoral sobre ele. É o que penso e você pode copiar, colar, fazer o que quiser.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O tempo de trabalho em sua dimensão subjetiva

Meus caros, estou anexando em meu blog um artigo muito especial. Conheço cada dificuldade em sua elaboração. Conheço cada momento (e foram muitos) de pesquisa que demandou. Este artigo foi escrito por minha esposa, psicóloga pela UFPR, mestrado e doutorado cursado na USP (Universidade de São Paulo)e hoje professora na Universidade Federa do Paraná, no Departamento de Administração, Centr de Ciências Sociais Aplicadas. Este artigo foi publicado pela Revista Científica a USP e está tamb'me disponível no site científico scielo, na URL:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642010000100011&lng=en&nrm=iso

Leia na Íntegra

Psicologia USP
version ISSN 0103-6564
Psicol. USP vol.21 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2010
doi: 10.1590/S0103-65642010000100011
ARTIGOS ORIGINAIS



O tempo de trabalho em sua dimensão subjetiva1



Work time in its subjective dimension



Le temps du travail dans sa dimension subjective



El tiempo de trabajo en su dimensión subjetiva





Mariane Lemos Lourenço

Psicóloga, Doutora e Mestre em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Docente do Departamento de Administração Geral e Aplicada da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rua Atílio Bório, 120, Cristo Rei, CEP: 80.050-250, Curitiba, PR, Endereço eletrônico: psimari@uol. com.br






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RESUMO

Este artigo expõe os resultados de uma pesquisa que procurou compreender o modo como as cooperativas de trabalho, pautadas pela Economia Solidária, poderiam se apresentar como um espaço de expressão da subjetividade do trabalhador cooperado. A partir da definição dos objetivos, buscou-se uma cooperativa que estivesse pautada nos princípios da Economia Solidária. Depois de percorrer diversas cooperativas, a CooperSol se constituiu uma parceira valiosa e se mostrou, por meio de observações e depoimentos, como um espaço de expressão da subjetividade do trabalhador cooperado em relação à autogestão, ao tempo de trabalho e à construção de uma cultura solidária. O aspecto apresentado neste artigo se relaciona ao tempo de trabalho, que na CooperSol ganhava em sua dimensão subjetiva, qualitativa, restaurando elementos esquecidos, como o caráter cíclico e heterogêneo do tempo, ou seja, o tempo vivido guiado pelos ritmos da vida, considerando as várias dimensões do cotidiano.

Palavras-chave: Subjetividade. Tempo de trabalho. Cooperativas.


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ABSTRACT

This article presents the results of a research project aimed at understanding how a working cooperative, based on the tenets of Solidary Economy, could provide a space for expression of the subjectivity of the cooperative worker. Based on the definition of the objectives, it was sought a cooperative based on the principles of Solidary Economy. After scanning through various cooperatives, CooperSol constituted a valuable partner and observations and interviews revealed it like a space for the expression of cooperative worker subjectivity as regards self-management, work time and construction of a solidary culture. The aspect presented in this article relates to work time, which at CooperSol gained in its subjective and qualitative dimension, restoring forgotten elements, such as the cyclical and heterogeneous nature of time, i.e., the time spent guided by the rhythms of life, taking into consideration the various dimensions of everyday life

Keywords: Subjectivity. Work time. Cooperatives.


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RÉSUMÉ

Cet article expose les résultats d'une recherche scientifique ayant d'abord conçu la manière dont les coopératives de travail, géerées par une Économie Solidaire, pourraient se présenter comme un espace d'expression de subjectivité du travailleur associé. À partir de la précision des objetifs, on y a poursuivi à la recherche d'une coopéerative étant réglée d'après les principes de l'Économie Solidaire. Après avoir examiné de diverses coopératives, il a été conçu que CooperSol s'est au fur et à mesure constituée un partenaire avantageux et s'est également montrée grâce aux observations et témoignages étant un espace d'expression de la subjectivité du travailleur coopéré concernant l'autogestion, le temps de travail et la création d'une culture solidaire. L'aspect présenté dans cet article se rapporte au temps de travail qui, chez CooperSol, gagne dans sa dimension subjective, qualitative, en tenant compte de certains éléments oubliés, comme l'aspect cyclique et hétérogène du temps, ou bien, le temps vécu, guidé par le rythme habituel de la vie, en comptant sur plusieurs dimensions du quotidien.

Mots-clés: Subjectivité. Temps du travail. Coopératives.


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RESUMEN

Este artículo busca exponer los resultados de una investigación que trató de comprender de qué modo las cooperativas de trabajo, pautadas por la economía solidaria, podrían presentarse como un espacio de expresión de la subjetividad del trabajador cooperado. A partir de la definición de los objetivos de la investigación, se inició la búsqueda de una cooperativa que estuviera pautada en los principios de la Economía Solidaria. Después de recorrer diversas cooperativas, CooperSol se constituyó en una aliada valiosa y se mostró, por medio de observaciones y testimonios, como un espacio de expresión de la subjetividad del trabajador cooperado en relación con la autogestión, con el tiempo de trabajo y con la construcción de una cultura solidaria. El aspecto presentado en este artículo se relaciona con el tiempo de trabajo, que en CooperSol crecía en su dimensión subjetiva, cualitativa, restaurando elementos olvidados, como el carácter cíclico y heterogéneo del tiempo, o sea, el tiempo vivido guiado por los ritmos de la vida, considerando las varias dimensiones del cotidiano.

Palabras-clave: Subjetividad. Tiempo de trabajo. Cooperativas.


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Introdução

Quando se busca entender os aspectos subjetivos na relação de homens e mulheres com o trabalho, a subjetividade ligada ao tempo de trabalho emerge como uma questão importante. Com a Revolução Industrial e, em especial, com as Teorias Científicas da Administração, um novo cenário configura-se na relação dos indivíduos com o seu tempo de trabalho.

Configura-se um modelo quantitativo e linear do tempo em oposição a um modelo qualitativo e cíclico do tempo de trabalho. É importante que seja delineado um quadro de referência conceitual para a compreensão desses modelos. Também é preciso tentar esclarecer como na cooperativa estudada ocorria uma primazia do aspecto qualitativo e cíclico do tempo de trabalho, o que traz uma nova dimensão dentro dos estudos sobre subjetividade, trabalho e cooperativismo.

O contato regular com a cooperativa estudada, neste trabalho denominada CooperSol (nome fictício, como será explicado adiante), aconteceu de outubro de 2003 a maio de 2005, período em que foi possível conhecer melhor o dia a dia da cooperativa e manter um diário de campo em que foram registradas as observações sobre o funcionamento e as atividades desenvolvidas. A CooperSol mostrou-se ao longo da pesquisa estar pautada nos princípios da Economia Solidária, com destaque aos princípios da igualdade e democracia. "A igualdade responde pela necessidade de eqüidade e justiça na distribuição das grandezas obtidas e a democracia, pela igualdade de direitos de cada um dos membros, indistintamente" (Oliveira, 2001, p. 44). Segundo Paul Singer (2002), a Economia Solidária foi criada "como uma sociedade que unisse a forma industrial de produção com a organização comunitária da vida social" (p. 115). Tal prática alia o princípio da unidade entre posse e uso dos meios de produção e distribuição com o princípio da socialização desses meios; tem como formas de realização o banco do povo, os clubes de troca e as cooperativas (Singer, 2002).

Na CooperSol, além das observações, foram realizadas entrevistas com os cooperados e, por questões de sigilo e ética, o nome da cooperativa e os nomes dos entrevistados foram trocados. A CooperSol (Cooperativa Solidária) foi fundada em julho de 2001 por um grupo de mulheres da Vila Esperança (bairro situado em um município no interior do Estado do Paraná). Com o tempo, alguns homens passaram também a fazer parte do grupo. Seus integrantes são pessoas das classes populares, das mais variadas faixas etárias, majoritariamente com idades em torno dos 40 anos. Alguns com pouca escolaridade, outros com ensino médio completo. A cooperativa atua no segmento de vestuário, no setor de confecção e facção (tendo por objetivo produzir, beneficiar, industrializar e comercializar confecções em geral). A opção pelo segmento de vestuário deu-se primeiramente pelo próprio interesse dos seus idealizadores, e em especial pela localização da cooperativa – numa região caracterizada como polo deste setor. Na localidade existem muitas empresas de confecção que vendem para todo o Brasil, e algumas exportam seus produtos também para outros países. Na época da pesquisa, a cooperativa contava com um número variável de 34 cooperados. É preciso enfatizar que esta amostra abrange somente certo tempo da vida da cooperativa, que continua em movimento, traçando novos percursos, seguindo novas contingências. Mas o período de tempo observado e lá vivido trouxe significativas contribuições para este trabalho.

O dia a dia na CooperSol foi revelando que os cooperados podiam se relacionar com o tempo de trabalho de uma maneira diferente dos trabalhadores de outras empresas, vinculando-o a vários aspectos do cotidiano. Aqui emergem aspectos subjetivos, pois o tempo de trabalho para os cooperados parecia não ser simplesmente mensurado pelo relógio. Na cooperativa nem sequer havia o relógio de ponto. As pessoas lidavam com o horário de trabalho ligando-o a todas as dimensões de sua vida. O tempo de trabalho estava permeado pela família, pela amizade entre as pessoas, por conversas, por tempo livre para ir até suas casas ver os filhos, ou cuidar de alguém que estivesse precisando, tudo entrelaçado a uma cultura solidária. Não sem conflitos e cobranças. Enfim, seria um tempo "vivido", não somente "trabalhado", que em muitas empresas não tem o seu lugar. Como sublinha Giddens (2009), uma das principais especificidades do capitalismo moderno "está no fato de a vida profissional do funcionário ser segregada do lar e da vida familiar" (p. 180).

Ainda nesta perspectiva, é preciso saber claramente que em todas as organizações trabalham seres humanos (e não autômatos), pessoas com sentimentos, emoções, vontades, motivações e desejos. O ser humano está sempre presente, mesmo quando, por vezes, como mostra Morgan (2007), a mecanização assume o comando e as organizações e trabalhadores, em sentido metafórico, são vistos como máquinas.

Observando que a vida organizacional transcende aspectos mecanicistas, Hassard (1996) deu ênfase à questão qualitativa e subjetiva do tempo de trabalho, que muitas vezes é deixada de lado em razão da prioridade concedida a questões quantitativas. Para o autor:

Ofuscados pela reificação do tempo, tratamo-lo como elemento objetivo, homogêneo e nitidamente delimitado, esquecendo-nos de que o tempo é vivido como uma abstração subjetiva, heterogênea, de contornos variáveis. As relações complexas que unem os sistemas de produção, a mão-de-obra e o ambiente, originam tipos de temporalidade e ritmos temporais extremamente diversificados. Enquanto a maioria dos postos de trabalho são definidos em função de uma descrição formal das atividades, a significação que os trabalhadores conferem ao seu trabalho repousa numa tipologia informal de acontecimentos. As tarefas não se particularizam apenas em função do lugar que elas ocupam num planejamento explícito, mas também em função das representações coletivas elaboradas pelos trabalhadores. A experiência do trabalho está inextricavelmente ligada à maneira pela qual os trabalhadores representam para si mesmos, individualmente ou coletivamente, o tempo. (p. 193)

Antes de prosseguir com o raciocínio e argumentos do presente texto, é preciso apresentar brevemente definições de tempo cíclico e tempo linear.



O tempo cíclico

Para Hassard (1996), o tempo cíclico seria qualitativo e heterogêneo, e apreendido de modo subjetivo. Nesse sentido, o autor baseia-se em três antinomias que representariam a essência da filosofia do tempo. Primeiramente, na concepção ontológica, que examina as relações do tempo com a existência, pode-se perguntar: o tempo é um fenômeno objetivo do mundo exterior ou uma essência subjetiva construída por meio de uma "rede de significações"? Ou, em outros termos, é preciso considerar o tempo como alguma coisa de real e de concreto ou como essencial e abstrato? Em segundo lugar, na concepção epistemológica, que observa suas relações com o conhecimento, questiona-se: o tempo é homogêneo (formado por unidades iguais) ou heterogêneo (formado de unidades sentidas como diferentes)?

O tempo é contínuo e infinito ou, ao invés disso, descontínuo e divisível? Em um terceiro aspecto, no plano metodológico, o tempo é mensurável e, desse modo, é possível conceber a existência de muitos tempos? Como entender o tempo? Como um bem quantitativo unitário ou como uma experiência qualitativa múltipla? O tempo cíclico seria então, na concepção ontológica, considerado em sua essência subjetiva como uma "rede de significações". Na concepção epistemológica seria heterogêneo, ou seja, formado de unidades sentidas como diferentes, contínuas e infinitas. E, no plano metodológico, uma experiência qualitativa múltipla.

Hassard (1996) observa que as pesquisas inspiradas pela metáfora do "ciclo", que aludem ao caráter heterogêneo do tempo de trabalho, são muito incomuns. Raros seriam os autores que relataram o modo como os trabalhadores experimentam o caráter qualitativo e heterogêneo do tempo de trabalho. Em seu estudo, Hassard examina pesquisas de campo realizadas por autores que observaram o tempo no meio industrial, alguns até mesmo se passaram por trabalhadores na tentativa de propor um paradigma etnográfico para o estudo do tempo de trabalho. Esses autores buscaram salientar em seus estudos o caráter rítmico da vida social, elaborando o conceito de "tempo qualitativo", não reduzindo o tempo a uma simples duração mensurável.



O tempo linear

O paradigma linear revelaria as culturas industriais tomadas por um tempo quantitativo, apresentando o tempo de trabalho como um bem limitado cujo valor aumenta à medida que se torna mais escasso. No universo do trabalho está subjugado ao tempo linear, marcado por segundo e minuto assinalados com exatidão. Para Le Goff (1980), um "tempo, não de cataclismo ou de festa, mas tempo do quotidiano, sistema cronológico que aprisiona, que enquadra a vida urbana" (p. 68). Dentro desse tempo passam-se as atividades, o número de peças a produzir ou o número de horas rigorosas que precisam ser cumpridas.

O tempo e o homem, como mostra Marx (2003), tornaram-se mercadorias no processo de produção, surgindo no âmbito das indústrias uma necessidade maior de controlar ambos. Mas o controle rígido do tempo de trabalho teria em Taylor, como legatário da fábrica de alfinetes de Adam Smith, o maior sacerdote do uso racional do tempo. As disparidades entre os ritmos do trabalho artesanal e do trabalho industrial alcançaram, com o taylorismo, sua condição máxima. O tempo nas sociedades industriais foi descoberto como fator de produção, ou seja, valor que pode ser expresso em termos econômicos, o que era até então inconcebível. O modelo linear e quantitativo é elucidativo porque ajuda a entender o modo pelo qual o tempo passou a ser, no sistema capitalista, um bem de consumo. O tempo é considerado uma mercadoria, é reificado, não é tratado como uma condição vivida, mas de modo objetivo, quantitativo, servindo também como forma de controle. Para Anthony Giddens (2009), a compra e a venda de tempo, como tempo de trabalho, é firmemente:

uma das características mais distintivas do capitalismo moderno. As origens da regulação temporal precisa do dia talvez se encontrem ao repicar do sino do mosteiro, mas é na esfera do trabalho que sua influência se enraizou de tal maneira que se propagou à sociedade como um todo. (p.170)

O tempo passou então a ser experimentado, segundo Mumford (1998), "não como algo cumulativo e contínuo (durée), mas como quanta de segundos e minutos" (p. 397), deixando de ser a existência. As primeiras inclusões de relógios urbanos nas cidades teriam sido somente um sintoma da realidade de que os negócios já não eram geridos pelo Sol e pela capacidade da estrutura humana. Nas indústrias têxteis em grande escala, já no final da Idade Média, os operários eram forçados ao esforço "por uma supervisão mais rigorosa e mais impessoal do que aquela que podia ser exercida na frouxa rotina íntima da pequena oficina, com seus intervalos para mexericos, suas rudes brincadeiras e jovial desatenção aos negócios" (p. 449).

O desenvolvimento do capitalismo industrial foi ocasionando, também nas relações de trabalho, uma evolução crucial: a duração de trabalho substituiu a tarefa como fundamental unidade de produção. No período pré-industrial, os artesãos trabalhavam por sua conta, em suas casas, ou em oficinas, no seu próprio ritmo. O sistema das fábricas infligiu aos operários um emprego do tempo muito mais rigoroso. O trabalho deixou de ser orientado por tarefas, o que para Thompson (1998) seria mais humanamente compreensível do que o trabalho de horário marcado. Naquele orientado por tarefas, o trabalhador cuida do que lhe parece ser uma necessidade. Ainda segundo o autor, no grupo em que a orientação por tarefas é habitual, parece existir pouca divisão entre "o trabalho" e "a vida".

As relações sociais e o trabalho estariam em harmonia, os dias de trabalho seriam prolongados ou comprimidos de acordo com a tarefa, não havendo senso de desavença entre o trabalho e o "passar do dia". Entretanto, para aqueles habituados com o trabalho designado pelo relógio, essa postura em relação ao trabalho daria ares de ser perdulária e desprovida de urgência. Segundo Thompson, assim que se contrata mão de obra real, torna-se aparente a mudança do trabalho orientado por tarefas para o trabalho de horário marcado. E os que são contratados experimentariam uma diferenciação entre o tempo do empregador e o seu "próprio" tempo. O empregador cuidaria então para que o tempo de sua mão de obra não fosse perdido, porque neste caso o que se destaca não é a tarefa, mas o valor do tempo quando circunscrito ao dinheiro. O tempo seria neste momento moeda: "ninguém passa o tempo, e sim o gasta" (Thompson, 1998, p.300).



Resultados e discussão

Na sociedade capitalista, todo o tempo precisa ser esgotado, comercializado, empregado, sendo considerada uma afronta que a força de trabalho simplesmente "passe o tempo". Para Thompson (1998):

Sociedades industriais maduras de todos os tipos são marcadas pela administração do tempo e por uma clara demarcação entre o "trabalho" e a "vida".... O que precisa ser dito não é que um modo de vida seja melhor do que o outro, mas que esse é um ponto de conflito de enorme alcance; que o registro histórico não acusa simplesmente uma mudança tecnológica neutra e inevitável, mas também a exploração e a resistência à exploração; e que os valores resistem a ser perdidos bem como a ser ganhos. (pp. 300-301)

Na CooperSol, um aspecto significativo nesse sentido relaciona-se à flexibilidade na gestão do tempo de trabalho, que podia ser organizado por tarefas. Vale a pena citar o relato da cooperada Cristiane:

Eu não tenho experiência na empresa capitalista, não sei exatamente como é, mas eu mesmo acabo trabalhando muito mais, eu não consigo ficar quieta, só quando tenho que resolver alguma emergência no banco, ou com o contador mesmo, porque não tem jeito.... Mas se tenho que entregar um serviço, eu trabalho até de domingo ou de madrugada para dar conta do recado. É uma cooperativa, mas tem que funcionar como uma empresa com direitos e deveres. (Cristiane)

Paulo de Salles Oliveira (2006) observou também tal situação nas cooperativas que estudou. E traz as palavras de um cooperado lembrando que: "Nós não temos horários; temos problemas' – se referindo às palavras de um amigo – Temos que resolver os problemas... a gente está acostumado (a trabalhar muitas horas)" (p. 101).

Este seria um aspecto sensível, pois, em especial na CooperSol, o trabalho podia ser organizado por tarefas. Por um lado, isso representava um ganho, dando mais liberdade para os cooperados organizarem o trabalho. Por outro, muitas vezes, para dar conta das tarefas, trabalhavam mais horas, até nos finais de semana, o que podia ocasionar desgaste e cansaço. Na cooperativa, essa concentração das tarefas em tempos específicos dependia também da demanda das empresas, que se modificava ao longo do ano.

Nesse sentido, Thompson (1998) mostra que antes da Revolução Industrial o trabalho diferenciava-se fundamentalmente pela sua irregularidade: "o padrão de trabalho sempre alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando os homens detinham o controle de sua vida produtiva" (p. 282). Eram poucos os ofícios que não respeitavam a "Sexta-Feira Santa", e as segundas-feiras eram rotineiramente destinadas ao repouso, como os sábados e os domingos. "Onde o costume estava profundamente estabelecido, a segunda-feira era o dia reservado para fazer compras e para os negócios pessoais" (p. 283), e a maior parte do trabalho era executada no meio da semana. Thompson cita o ditado francês "le dimanche est le jour de la famille, le lundi celui de l'amitié" (o domingo é o dia da família, a segunda-feira o da amizade). Contudo, no decorrer do século XIX, a celebração desse dia tornou-se uma espécie de benefício de status do artesão mais bem pago. Hoje, esse tipo de relação com o trabalho apresentase ainda mais escasso.

São relevantes, neste momento, as reflexões de Bosi (2003) quando diz que é utópico pensar que, nas circunstâncias atuais, o artesanato possa substituir o sistema industrial. As questões e fatos aqui apresentados servem somente para que haja uma reflexão sobre quanto "o tempo de trabalho" tem se transformado.

Nas sociedades industriais, segundo Hassard (1996), a maioria dos trabalhadores não só está sujeita aos horários rígidos, como também é remunerada à base de unidades de tempo, isto é, paga por hora, jornada, semana, mês ou ano. A onipresença dos relógios nas fábricas dá a sensação de que os trabalhadores colaboram com tempos, e não com aptidões, e de que fornecem seu tempo de trabalho mais do que o seu trabalho. O tempo, neste momento, passa a assumir a posição de mercadoria, que se é capaz de ganhar, economizar ou gastar.

Partindo da análise desse quadro, é possível observar nas concepções modernas do tempo estruturas de dominação, cujos atributos principais são a precisão, a disciplina e o controle quantitativo, ou seja, o relógio é a máquina predominante na organização produtiva, ele inicia e termina o trabalho. A vida do homem passou assim a ser regulada pelo trabalho. O tempo de trabalho é então primordial, os outros tempos ficam à beira do processo de produção.

Na CooperSol, a relação dos cooperados com o tempo de trabalho era diferente. Os cooperados tinham, sim, responsabilidades em relação aos horários de chegada e saída, preocupavam-se com aquilo que deviam produzir, mas pareciam tentar não deixar a vida às margens do processo produtivo, seu tempo não seria uma mercadoria. O tempo parecia lhes pertencer. O depoimento de uma cooperada mostra as diferenças que acreditava existir entre algumas empresas e a CooperSol, sobretudo no que se relaciona ao tempo de trabalho. Segundo Elza:

Nas empresas capitalistas a gente tem a obrigatoriedade do horário. Então geralmente é assim: você tem um determinado horário para entrar, você tem uma tolerância de atraso. Você pode atrasar três vezes ao mês, se passar daquilo a empresa... Algumas empresas não permitem que o funcionário atrase e você perde o dia.... Na empresa capitalista não tem muito esse jeito humanitário que realmente a mãe que tem filho quer ficar com o filho doente. Então por lei ela pode levar o filho ao médico e trazer um atestado. Mas aí a empresa já cria certo constrangimento para a pessoa, fala: "Você tem atestado demais, você está faltando demais!". Então numa empresa capitalista eu não acho certo nesse ponto. Agora já na cooperativa a gente tem liberdade, digamos assim, somos como uma sociedade, cada um é dono de um pedacinho... É preciso saber gerenciar esse pedacinho de uma maneira que não venha a prejudicar o outro. Deste modo tem que saber gerenciar o seu tempo para ter harmonia no grupo. (Elza)

Simone Weil (1996) descreve os artifícios e restrições que encerram o operário na fábrica. A autora acentua a servidão imposta continuamente ao operário, mostrando como o caminho percorrido da casa à fábrica está dominado mecanicamente em cada segundo. É preciso chegar cinco ou dez minutos adiantado. O tempo passa impiedoso a cada minuto, não havendo nenhum espaço para o acaso, nada pode acontecer de errado nesse trajeto, pois não haverá perdão para nenhum atraso. O relógio de ponto seria implacável. Para Giddens (2009):

a viagem para o trabalho (ou a escola) provavelmente indica tanto acerca do caráter institucional das sociedades modernas.... A separação tempo-espaço de diferentes setores da vida social pode, na verdade, ser a condição do funcionamento em grande escala do poder disciplinar. (p. 182)

Em relação a este aspecto, os cooperados lutavam para que isso não acontecesse na CooperSol. Era possível observar que o que parecia ser importante era não perder o ritmo de produção, compensando de alguma maneira aqueles "minutinhos" tirados para um café ou para conversar com um colega, mesmo quando estavam com um volume muito grande de produção. Isso dava aos cooperados da CooperSol um sentimento de valor e de serem respeitados e compreendidos enquanto sujeitos, colocando-os em outro lugar enquanto trabalhadores. Um lugar mais humanizado, onde seus problemas pessoais contavam. É claro que na CooperSol era necessário cumprir horários por uma questão de responsabilidade, compromisso e solidariedade com o grupo, mas não por medo de punições. Todavia, aqueles que não cumprissem os horários por puro desleixo podiam ser excluídos da cooperativa. Segundo Oliveira (2006):

Todos, nestas organizações, concordam ou tendem a concordar que a liberdade individual não pode ser irrestrita. Assim, em nome do respeito ético ao outro, não se aceita que as pessoas façam o que lhes vier à cabeça. Devem pensar em si e no outro, simultaneamente. Da mesma forma, se o outro pensar quase que exclusivamente nos seus valores, e não também no de seus colegas, poderá facilmente criar constrangimentos para os demais. (p. 102)

Não se faz aqui apologia à falta de responsabilidade com os horários de trabalho,2 quer-se simplesmente observar que, na cooperativa estudada, além do tempo objetivo, quantitativo, mensurado pelo relógio, há um contraponto: o tempo subjetivo, qualitativo, ou seja, o tempo vivido, ligado a dimensões afetivas e ao cotidiano em sua totalidade.

Há de se destacar do mesmo modo que a flexibilidade quanto ao tempo de trabalho3 não é sempre possível em todas as profissões, depende da natureza da tarefa. Mas na CooperSol era possível certa flexibilidade de horários. Por exemplo, quando alguém se atrasava, podia repor o tempo que atrasou no horário de almoço ou ficava um pouco mais no final da tarde. Por vezes isso não era imprescindível, quando se conseguia realizar todo o trabalho necessário. Assim, o tempo cíclico, qualitativo, guiado pelos ritmos da vida, era proeminente, não ficando a vida às margens do processo produtivo.

Não obstante, o tempo de trabalho pode ser um instrumento de humilhação, e sua organização pode favorecer o consenso e a liberdade, mas também ser a origem de dissensões e constrangimentos tanto na cooperativa estudada quanto em outros lugares. Um caso de constrangimento pode ser encontrado nas empresas nas quais os funcionários que atrasam ou faltam (mesmo por motivos de saúde) perdem o dia de trabalho e os benefícios do mês. Um exemplo de consenso evidenciava-se na CooperSol, onde a liberdade que cada cooperado tinha para gerir o seu tempo de trabalho estava sempre permeada pelo grupo, e nele tinha o seu sentido de organização. Juntos estabeleceram o horário de início e término do trabalho, que precisava ser constantemente observado por todos. Isso permitia aos cooperados mais tempo para estar próximos de amigos e familiares, ajustando as desavenças entre o tempo de trabalho e as outras vicissitudes do cotidiano.



Cronos e Kairós

Quando as desavenças entre o tempo de trabalho e outros aspectos da vida (como família, amizade, saúde, entre outros) prevalecem, é-se consumido pelo tempo, semelhante ao Cronos da mitologia grega, que pode representar o tempo linear ou cronológico. A poetisa Helena Kolody, em um sentido ontológico que associa o tempo com a existência, combinou o tempo com a finitude e escreveu:

TEMPO
Cai a areia da vida
Na ampulheta da morte.
(Kolody, 1977, p. 125)

Ménard (1991) cita que o "Tempo, após devorar os filhos, contemplaos no fundo das suas entranhas" (p. 25). Tem-se nesta direção também a menção ao tempo vazio, segundo Bosi (2003): "a sociedade industrial multiplica horas mortas que apenas suportamos: são os tempos vazios das filas, dos bancos, da burocracia, preenchimento de formulários" (p. 24).

Kairós pode ser considerado o tempo subjetivo; Cronos o tempo cronológico ou linear. Um estaria ligado à cadência do relógio, ao tique-taque mecânico. O outro aos ritmos naturais de cada um. Para Joel Martins (1995) não seríamos Cronos, ou seja, um tempo demarcado por mensurações que se esquece do Ser e das suas possibilidades. Seríamos Kairós, ou melhor, "um tempo vivido numa determinação consciente e efetiva da nossa existência. Uma consciência que é tempo e que indica novas direções" (p. 21).

Kairós, a palavra grega que significa "tempo", seria um "tempo determinado para algum propósito específico, um tempo favorável ou certo, um tempo de crise.... tempos críticos, que exigem decisões existenciais específicas, enquanto ainda há oportunidade para tais decisões" (Champlin, 2001, p. 691). A palavra grega Kairós aproxima-se mais dos aspectos subjetivos do tempo. Aquele que transcende o relógio, que passa em um instante quando os ponteiros já marcaram horas ou parece transcorrer lentamente quando o cronômetro marcou poucos segundos. O tempo subjetivo é pautado pelos sentimentos, emoções e desejos de cada um. Mas, quando Kairós liga-se a um tempo de decisão, traz novas dimensões.

Considerando este tempo, na CooperSol os cooperados lutavam incessantemente para poder decidir sobre os rumos e destinos de seu trabalho. Muitas vezes os cooperados procuravam em textos subsídios sobre economia solidária e autogestão, e tentavam ter um papel empreendedor, de decisão e questionamento com relação à cooperativa. Esse tempo de decisão parece ser mais factível dentro de uma cooperativa que se pauta nos princípios da economia solidária; contudo, é um tempo permeado por contradições.



Contradições e conflitos

É necessário explicitar de modo crítico a contradição vivida pelos trabalhadores da CooperSol, que prezavam pelo trabalho qualitativo, mas precisavam se submeter aos imperativos do tempo rígido imposto pela concorrência mercantil e pelas empresas maiores que os contratavam.

Muitas empresas-clientes faziam exigências para a CooperSol relacionadas tanto à alta qualidade e ao curtíssimo prazo para entregar as peças quanto ao baixo custo. No tempo em que ocorreu a pesquisa, uma empresa deixou de enviar trabalho porque os cooperados atrasaram alguns dias para a entrega das peças. No início tudo parecia transcorrer bem, mas logo perceberam que o ritmo de trabalho estava sendo extenuante e mesmo assim não conseguiriam dar conta da produção. Em pouco tempo a empresa-cliente deixou de mandar as peças, dizendo que não tinha mais trabalho a ser feito, mas os cooperados deduziram que a questão deveria estar relacionada às altas metas de produtividade que eles não haviam conseguido cumprir a contento.

Neste momento lembraram que, para conseguir este cliente, fizeram um teste que foi aprovado pela empresa contratante. Mas depois veio a pressão por produção, tempo e qualidade. Segundo a cooperada Eliane: "Queriam mil peças por semana. O grupo não conseguiu essa meta. Conseguiram qualidade, e não produção".

Os cooperados sentiram-se pressionados por um ritmo acelerado de produção, que entrava em conflito com um tempo de trabalho mais flexível. No entanto, era preciso ajustar-se às demandas dos clientes e às pressões de produtividade, o que os pressionava contra o tempo. Semelhante fato foi observado por Oliveira (2006) na Coopera, mostrando momentos nos quais os cooperados foram:

atropelados pelo tempo; ali sempre há coisas para ontem e escasso tempo para pensar. Esse ritmo acelerado de ação – traço típico da empresa capitalista – é inimigo da reflexão e da sensibilidade para com este e tantos outros problemas que a cooperativa não desconhece, mas que são deixados para trás. (p. 134)

Nos momentos em que os problemas apareciam, mesmo que por vezes insolúveis, os cooperados se lembravam do transcorrer do tempo em outros locais. Leny, uma das cooperadas, sempre mencionava o tempo em que trabalhou em fábricas de confecção com muita angústia, um tempo "inabitável" em que tudo era rigorosamente fiscalizado:

Eu via aquele monte de gente, muita gente na empresa assim, donos, gerentes essas coisas, supervisores ali pressionando a pessoa. Não precisava nem falar, só de olhar, olhar para a pessoa, marcando horário para ir ao banheiro fazendo essas coisas todas, se demorasse um pouquinho no banheiro já iam perguntar o porquê, o que estava acontecendo e tal. (Leny)

Em muitas empresas de confecção nos arredores da cooperativa esse tempo "irrespirável" pelos rigores era constante. Um fato bem corriqueiro eram os supervisores que fiscalizavam o tempo, por exemplo, que o funcionário demorava no banheiro. Normalmente eles tinham quinze minutos e, se demorassem mais que isso, precisavam dar explicações ou aguentar o olhar de reprovação do supervisor. Este é o fato que a cooperada Leny relata acima. Nas empresas de confecção é comum também a funcionária ser revistada para ver se não está levando roupas para casa. Nos períodos em que a cooperativa passava por dificuldades, Leny sempre ficava preocupada e dizia que não gostaria de sair da cooperativa, pois se sentia parte do grupo e respeitada, sempre se lembrava da tristeza que lhe acometia só de pensar em voltar para o trabalho naquelas empresas:

Quando amanhece o dia você fica... Você sabe que tem que ir trabalhar. É horrível ir trabalhar.... Meu Deus do céu, é terrível! Mas é claro, se a pessoa estiver indo para um serviço que gosta, ela vai feliz. Feliz! Mas se você não gosta do seu local de trabalho, você vai assim... Tudo de negativo dentro do ônibus, no trajeto assim... Eu já passei por fases em que via tudo negativo, quando eu estava indo para o trabalho, voltando do trabalho, essas coisas. (Leny)

É a monotonia da jornada da fábrica, a servidão, os incidentes que ferem mais do que reconfortam, fazendo com que no domingo à noite, quando se pensa que se terá de enfrentar mais uma semana inteira, "o futuro é algo triste demais, esmagador demais, e o pensamento se curva" (Weil, 2001, p. 157). Este tempo na fábrica é Cronos, que novamente "consome" e faz com que o pensamento se curve. Outras motivações deveriam vir à tona: a possibilidade de prever o seu trabalho, de ter controle sobre as horas de seu dia e de sua vida, pois:

o futuro de quem trabalha numa fábrica é vazio por causa da impossibilidade de se prever, mais morto do que o passado por causa da identidade dos minutos que se sucedem como os tique-taques de um relógio. Uma uniformidade que imita os movimentos dos relógios e não os das constelações, uma variedade que exclui toda regra e toda previsão, produz um tempo que para o homem é inabitável e irrespirável. (p. 166)

Ficam evidentes, no relato de Simone Weil, os aspectos relacionados ao tempo de trabalho que trazem sofrimento, mostrando uma rotina permeada de pressões para os trabalhadores. Na CooperSol, balizada pelos princípios da autogestão e solidariedade, os trabalhadores pareciam se sentir menos pressionados pelo tempo. Na cooperativa o tempo parecia mais humanizado, por vezes permeado de conflitos, pois deveria sempre estar ligado a um sentimento de dever e responsabilidade com aquilo que precisava ser feito e para com os outros, mas não com pressões e sensações de medo de ser punido por alguns minutos de atraso como na vida da fábrica.

O transcorrer do tempo respeitando as necessidades e trajetos de cada um parece ser um ponto valorizado por todos na CooperSol. Segundo Oliveira (2006):

a temporalidade que convém a uma cooperativa é aquela a que estão dispostos seus sócios. Implantar medidas sem primeiro se ajustar ao tempo e à disposição dos cooperantes é como ver o mundo invertido, atribuindo às coisas uma prioridade que elas não têm: a prioridade sobre as pessoas. (p. 136)



Considerações Finais

O conceito de tempo qualitativo não reduz o tempo a uma simples duração mensurável, mas o projeta a uma dimensão subjetiva. O modo de compreensão deste tempo, sua explicação e organização estarão sujeitos a um conjunto de representações intrínsecas ao psiquismo humano – vivências afetivas, estados de humor, memória, pensamentos, entre outros, que neste estudo perpassam o contexto de trabalho de uma cooperativa, a CooperSol.

A CooperSol mostrou que as cooperativas pautadas na Economia Solidária (pelos princípios da autogestão – inclusive do tempo de trabalho – e da solidariedade) podem ser um local onde o tempo de trabalho ganhe em sua dimensão qualitativa e subjetiva, recuperando assim aspectos há muito perdidos, como o caráter cíclico e heterogêneo do tempo, ou seja, o tempo vivido. Nesta cooperativa os cooperados tinham a liberdade de gerir o seu próprio tempo de trabalho, sendo este pautado pelos ritmos da vida, respeitando as dimensões familiares, a possibilidade de estar mais perto dos filhos quando preciso, de cuidar de si próprio, de poder resolver questões pessoais. A intenção não é fazer uma apologia à falta de horários estabelecidos, pois cumprir horários demonstra respeito com os outros e com o trabalho a ser feito. Enfatizando as palavras de Oliveira (2006) anteriormente mencionadas: "Todos, nestas organizações, concordam ou tendem a concordar que a liberdade individual não pode ser irrestrita" (p. 102).

Apesar dessas especificidades, é preciso esclarecer que, ao se fazer referência a uma cooperativa pautada nos princípios da Economia Solidária, não se quer desvaler outras organizações, porquanto todas podem contribuir de alguma forma com as demandas sociais, e em muitas existem também movimentos de humanização no trabalho, como a busca por Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), entre outros. O conceito de QVT relaciona- se ao cuidado com o bem-estar geral e com a saúde dos trabalhadores, abrangendo igualmente os aspectos físicos e ambientais como também os aspectos psicológicos do local de trabalho (Nadler & Lawler, 1983). Para Limongi-França (2004), "as visões e definições de QVT são multifacetadas, com implicações éticas, políticas e de expectativas pessoais" (p. 22).

Desse modo, é preciso não mitificar os empreendimentos solidários, porquanto neles também existem muitas dificuldades. Como exemplo, em muitas ocasiões os cooperados questionavam a flexibilidade quanto ao tempo de trabalho, porque entendiam haver descaso por parte de algumas pessoas. Acresce-se a isso o fato de que, nos períodos de maior demanda, os cooperados trabalhavam mais de oito horas por dia, o que trazia cansaço e desgaste físico, entre outros problemas.

Assim, a CooperSol apresenta-se, como outros empreendimentos solidários, tão somente como um contraponto permeado por dificuldades e conflitos que não podem ser camuflados, visto que apontam contradições que, conforme indica Oliveira (2006), precisam ser enfrentadas pelos empreendimentos solidários e por aqueles que estudam o tema.



Referências

Bosi, E. (2003). O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial. [ Links ]
Champlin, R. N. (2001). Enciclopédia de bíblia teologia e filosofia. São Paulo: Hagnos. [ Links ]
Giddens, A. (2009). A constituição da sociedade (A. Cabral, trad.). São Paulo: Martins Fontes. [ Links ]
Hassard, J. (1996). Tempo de trabalho: outra dimensão esquecida nas organizações. In J. J. Chanlat (Coord.), O indivíduo nas organizações: dimensões esquecidas (A. M. Rodrigues, trad., pp. 175-193). São Paulo: Atlas. [ Links ]

Kolody, H. (1977). Correnteza. Curitiba: Lítero-Técnica. [ Links ]

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Nadler, D. A., & Lawler, E. E. (1983). Quality of work life: perspectives and directions. New York: Organizational Dynamics. [ Links ]

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Mumford, L. (1998). A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas (N. R. Silva, trad.). São Paulo: Martins Fontes. [ Links ]

Oliveira, P. S. (2006). Cultura solidária em cooperativas: projetos coletivos de mudança de vida. São Paulo: EDUSP. [ Links ]

Oliveira, P. S. (2001). Cultura solidária, feições lúdicas. In P. S. Oliveira (Org.), O lúdico na cultura solidária (pp. 15-29). São Paulo: Hucitec. [ Links ]

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Recebido em: 16/12/2008
Aceito em: 19/09/2009





1 O artigo aborda parte dos resultados da tese de doutorado intitulada Cooperativismo e subjetividade: um estudo das dimensões da autogestão, do tempo e da cultura solidária, apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, em 2007.
2 Para Simone Weil (2001), seria preciso "transformar o relacionamento entre cada operário e o funcionamento do conjunto da fábrica, o relacionamento entre o operário e a máquina, e a maneira de escoar o tempo no trabalho" (p. 163).
3 Se nas organizações produtivas o tempo de trabalho não é considerado nas suas relações com a vida do trabalhador, de igual modo, muitas vezes, quando algumas pessoas têm em mãos os objetos produzidos, esquecem-se até mesmo daqueles que estão presentes neste processo. Segundo Ecléa Bosi (2003): "Exercício útil para o jovem será avaliar as coisas que o rodeiam sob o prisma: 'Quantas horas de trabalho operário foram precisas para a confecção desta mesa, deste lápis, desta cadeira?' Perceber no objeto a presença do sujeito, das horas de vida do trabalhador que o criou, substância oculta da mercadoria. Este é um bom início para enfrentar as peripécias da viagem que percorre teoria e ação" (p. 170).


Abraço a todos.

Pr. Carlos

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SPAM SANTO URGENTE




Meus queridos maninhos e maninhas:

Sábado, o Seminário de EBD encerrará suas atividades às 19:40h, razão pela qual a partir deste horário a igreja estará a nossa disposição.

Em virtude disto, não perderemos a oportunidade de culturarmos a Deus.

Sábado então teremos cuylto da UMADC SEDE, ok?

Peço que me ajudem divulgar reenviando este e.mail para vossos mailings, e publicando esta informação no Tweeter, no Facebook, no Orkut, Blogs, Paginas, pagina da UMADC GERAL (Né Rubens, Kkkkk, Obrigado Mano), na página da UMADC SEDE (Né Jessé e Cia...Kkkkkk) etc...

Abraço a todos. Na Paz do Senhor Jesus Cristo.

Vosso pastor que vos ama em Cristo

Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Spam Santo.... Depois de tempo

Meus filhos e filhas:

Depois de algum tempo sem contatá-los, estou retomando nossos spans.

Primeiro quero avisar a todos que sábado é Ceia do Senhor, e domingo além da Escola Dominical abençoada que teremos (e com o calor sei que muitos voltarão) a noite o culto será nosso. Sei que o Enéas tem convocado a todos e sei que a Orquestra já está preparada também, mas vale a pena reforçar. Sei também que alguns viajarão, outros irão ao retiro de filhos de pastores (voltem mais cedo 1 hora e dará certinho), mas isto não muda o fato de que teremos o culto e contamos com todos.

(Aqueles que não podem estar, quando não podem estar, seriam vistos com muito carinho pelo pastor e seus líderes se demonstrassem seu comprometimento, responsabilidade e carinho com o pastor e demais líderes, avisando. Há quem ache que avisar é dar satisfação e entendem que não devem dar satisfação a ninguém, afinal ninguém nada em suas vidas, fazem o que bem querem. Isto é uma visão errada, ministerialmente abortiva, além de deselegante e em muitos casos até deseducada. Agora o pior, este tipo de pessoa jamais prospera, porque Deus não se agrada desta visão. Engraçado é que Deus mesmo, jamais faz qualquer coisa sem antes avisar a seus servos e profetas, interessante não????? Ele, que Ele, avisa. :-) )

No outro domingo, segundo do mês, o culto também será dirigido por nós jovens, e em que pese não alterarmos as escalas dos grupos que cantarão estaremos fazendo os louvores congregacionais juntos.

Dia 25 será o seminário para casais, mas a noite será culto normal com preletor cedido pelo departamento de casais com direção, música e tudo dos jovens, ou seja, culto de jovens com preletor do departamento de casais.

Aviso a todos, vou reformular o plano de trabalho deste ano. Isto porque, alguns estão desenvolvendo atividades bem legais, sei do pessoal que está fazendo capelania na FACEL, sei do pessoal do site, sei do pessoal que está fazendo as IDAS, sei do pessoal que está fazendo as vigílias, sei do pessoal que está fazendo os evangelismos até mesmo na madrugada, sei de um monte de atividades que estão sendo realizadas, mas há muita gente que não está fazendo nada, e não é assim que seremos abençoados. Eu já falei muito mas volto a falar que as bençãos de Deus em nossas vidas são proporcionais ao nosso investimento no Reino, proporcionais a nossa forma de agradecimento por aquilo que já temos recebido. (Há equipes que não promoveram nada e sequer falaram comigo para propor alguma coisa, será que é necessário o pastor promover tudo? Eventos, estudos, cafés, chás, atividades sociais e de ação social, etc...??????) eu tenho certeza que formamos líderes, e muitos, para além de todos os que já lideraram equipes na sede. Tenho certeza de que podemos muito mais. Talvez estejam esperando em mim, e eu tenho de fato muitas falhas, mas continuo dizendo: As coisas têm que funcionar comigo, sem mim e apesar de mim. LEMBRAM???????

Por outro lado tenho que agradecer, e muito, a esmagadora maioria que vem se desdobrando. Não vou nem falar os nomes porque ficaria aqui até amanhã. OBRIGADO POR SEREM MEUS AMIGOS E AMIGAS, COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS DE MINISTÉRIO, VERDADEIROS PASTORES E PASTORAS DE ALMAS. DEUS OS RECOMPENSARÁ.

Gostei demais de uma idéia adotada pelo Jehan Chiquini e sua equipe, estive em uma reunião com eles e achei muito bom. Deus esteve presente e tenho certeza que veio direto do céu para o coração do Jehan, e o que achei mais interessante é que foi expontâneo, direto de Deus mesmo. Por isto vou orar e pedir ao Senhor sabedoria para levarmos a mesma idéia para outros grupos dentro da UMADC SEDE. E porque não criarmos novos grupos nesta visão, aguardem, vamos conversar sobre isto.

Aviso também, este ano teremos mais jovens avançando em sua carreira ministerial, mas não é demais lembrar que alguns não irão por falta de requisitos (formais ou não), por exemplo: - Falta a EBD; - Falta de CNDs; - Falta de Batismo com Espirito Santo; - Falta de comprometimento com a obra, com o Reino e com seu lider (Ex. Não dar satisfação, ser marrento ou marrenta, se achar demais ou de menos, falta de humildade, etc...) ; - Falta de dízimos; - Falta de curso pelo menos básico em teologia; - Falta de desenvolvimento; - Falta de exercício de talento; - Falta de vontade; - Etc... Isto é válido para homens e mulheres, moços e moças. Mas, isto é minoria, a esmagadora maioria são pessoas comprometidas com o evangelho, com o Reino, com a Igreja e com os requisitos formais e que de acordo com sua maturidade espiritual, pessoal, ministerial e formal, assumirão outras funções na Igreja e na UMADC SEDE. Espero que o próximo ano seja mais frutífero nisto também.

E para encerrar, coloco na sequencia uma mensagem de nosso amigo e pastor Arlindo Vieira, nosso companheiro e professor de Escola Dominical, um amigo inegociável da UMADC SEDE. sinceramente gostaria que os casais jovens se interessassem por esta atividade também, o Retiro de Casais será muito legal e é muito interessante tudo aquilo que se pode aprender lá. Não há preço que pague os ensinamentos que as experiências destes homens e mulheres de Deus que lá ministrarão poderão acrescentar em vossa vidas. PENSEM NISTO E COOPEREM, QUEM GANHA É TEU LAR, TUA FAMILIA, TEU CASAMENTO.

Abraço a todos.

Deste (orgulhosamente) vosso pastor que vos ama (e por isto cobra), e muito, em Cristo Jesus.

Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço
Pastor de Jovens da IEADC SEDE



MENSAGEM DO PASTOR ARLINDO VIEIRA
Como Igreja, nossa maior missão consiste em fortalecer a família por meio de palavras e ações positivas. Para isso precisamos lançar as bases da confiança, da bondade, da responsabilidade, da valorização, do tempo, da sensibilidade, do respeito, da delicadeza, do encorajamento, da hospitalidade, da criatividade, da paz, da perseverança, da coragem, da graciosidade, da mansidão, da sensatez, da submissão, do perdão, da oração, da meditação na Palavra e do temor a Deus.

O retiro de casais a ser realizado em Guaratuba nos dias 15-16-17 de Outubro 2010 na COLÔNIA DE FÉRIAS DOS COMERCIÁRIOS DO PR, configura em uma significativa oportunidade para fortalecer a família; afinal, famílias fortes e saudáveis resultam em uma Igreja avivada e abençoada. Sua família é o maior patrimônio que você possui, então invista nela e você colherá resultados alentadores, profundos e eternos

Entre em contato por telefone ou via e-mail

Misael e Elizabete – tel 8422-7182 ou 30227501

e-mail misaelmarcio@yahoo.com.br

PR. ARLINDO VIEIRA/EDNA VIEIRA - TEL 41-9971-7315

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