Pr. Carlos Eduardo

Pr. Carlos Eduardo

sábado, 14 de março de 2009

Madrugada sem sono.. Saudades de minha esposa e filha. Já meditei na Bíblia, resta-me a Filosofia











Caros amigos deste blog:








São 0:45hs, estou na cidade de Guarapuava há 02 dias, permaneço até domingo ministrando na Escola Bíblica de Obreiros deste campo ministerial. Estou ministrando com os Prs. José Polini (Ponta Grossa), José Alves (Paranaguá), Walter Ignácio (Cruzeiro do Oeste). Minha disciplina é Bibliologia e Deus tem sido pródigo em bençãos. Mas já são quase 1:00h, madrugada, o sono se foi, já orei, estou com saudades de minha esposa e de minha filha. Mas estou pensando no quanto Deus é maravilhoso. Tirei alguns momentos para meditar algo de Filosofia, vai aí um pouquinho de minhas reflexões.








Reflexões sobre a "Fundamentação da Metafísica dos Costumes" de Immanuel Kant








[Boa vontade] - Só a boa vontade é boa sem restrição. O espírito, o temperamento e o caráter só são bons se a vontade também for. Até a felicidade é corrigida pela boa vontade. Sem os princípios duma boa vontade, qualquer disposição humana pode tornar-se má. A boa vontade é boa apenas pelo querer, em si mesma. A idéia do valor absoluto da vontade é estranha e deve ser posta à prova.




[Razão] - O instinto tem mais exatidão do que a razão para indicar a regra de comportamento em função da felicidade. Tendo em vista a felicidade, a natureza escolheria os fins através do instinto e não da razão. Na base dos juízos contrários ao bem-estar, está uma condição suprema à qual a razão se destina, sem ser a felicidade. A razão é uma faculdade prática que influencia a vontade e produz uma vontade boa em si. Essa vontade é o bem supremo de toda aspiração de felicidade.




[Dever] - O conceito de dever contém em si o de boa vontade e a faz realçar por contraste às limitações e obstáculos. É fácil distinguir a ação por dever da intenção egoísta, mas não o é se além do dever ela é acompanhada por uma inclinação imediata. É preciso separar a ação conforme ao dever, da ação por dever. O conteúdo da moral de uma ação está na prática por dever e não por inclinação. O valor do caráter consiste em fazer o bem por dever e não por inclinação. A felicidade é a soma de todas inclinações, mas há uma lei que a promove independente das inclinações, somente por dever. O amor prático reside na vontade e o amor das paixões, patológico, depende da sensibilidade.
Uma ação praticada por dever tem o valor moral determinado pela máxima e pelo princípio do querer, segundo o qual ela foi executada. A vontade encontra-se entre o princípio formal a priori e o móbil material a posteriori. Uma vez retirado o princípio material, resta apenas o princípio formal do querer em geral para que seja praticada por dever.
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. Só pode ser objeto de respeito o princípio que está ligado à vontade e nunca o seu efeito. Sem a influência da inclinação e de todo objeto da vontade, esta só pode ser determinada objetivamente pela lei e subjetivamente pelo puro respeito à lei prática e a máxima que manda lhe obedecer contra todas inclinações. A máxima é o princípio subjetivo do querer e o princípio objetivo é a lei prática de todos seres racionais. Só a representação da lei em si mesma, feita pelo ser racional, determina a vontade e não suas conseqüências. O sentimento de respeito à lei produz-se por si mesmo por intermédio do conceito de razão. Ele é a representação de um valor superior ao amor-próprio. O respeito à pessoa é derivado da lei que essa pessoa possui. O interesse moral é o respeito pela lei.




[A lei moral] - A lei universal das ações em geral manda agir de acordo com a máxima que a vontade quer que se torne uma lei universal. A máxima não-moral, na condição de lei universal, destrói-se necessariamente. A necessidade das ações por puro respeito à lei prática é o que constitui o dever. A essa necessidade, todos outros motivos cedem. O dever é a condição de uma vontade boa em si, cujo valor é superior a tudo. O conhecimento do que cada um deve fazer pertence a cada homem, mesmo o mais vulgar. O entendimento vulgar só adquire capacidade de julgar quando exclui todos motivos sensíveis das leis práticas. A razão impõe suas prescrições sem prometer nada às inclinações. Assim, a razão vulgar, por motivos práticos, sai de seu domínio e vai ao campo da filosofia prática em busca de instruções claras sobre a fonte do seu princípio, opondo as máximas às inclinações. Desse modo, a razão vulgar encontra na filosofia o refúgio para suas dificuldades e sutilezas de uma dialética natural.








[Imperativos] - Só o ser racional tem vontade e capacidade de agir segundo a representação das leis, por princípios. A vontade é a razão prática que deriva as ações das leis. Ela é a faculdade de escolher só o que a razão reconhece como necessário e bom, independente da inclinação. Entretanto, a vontade não é em si totalmente conforme a razão. As ações que são necessárias objetivamente são também contingentes no plano subjetivo. A determinação da vontade, segundo leis objetivas, é uma obrigação. O mandamento da razão é a representação de um princípio objetivo que obriga a vontade. O imperativo é a fórmula do mandamento. Todos imperativos exprimem-se pelo verbo dever. Eles são a relação de uma lei objetiva da razão com uma vontade que não é necessariamente determinada por ela. Bom é tudo o que determina objetivamente a vontade por meio de representações da razão e por princípios válidos para todo ser racional. Agradável é tudo que influi na vontade por meio da sensação por causas subjetivas, válidas só para a sensibilidade do indivíduo. Interesse é a dependência da vontade contingente determinável em face dos princípios da razão. O interesse prático da ação é a dependência da vontade em relação aos princípios da razão em si. O interesse patológico é a dependência ligada aos princípios da razão em proveito da inclinação. No primeiro caso, o interesse é pela razão. No segundo, é pelo objeto da ação, o que é agradável. uma vontade boa está submetida a leis objetivas. Por isso, os imperativos não valem para a vontade divina, pois o querer coincide com a necessidade da lei por si. Os imperativos exprimem a relação entre leis objetivas do querer e a imperfeição subjetiva do ser racional e da vontade humana.




[Imperativos hipotéticos e categóricos] - Os imperativos hipotéticos representam a necessidade prática de uma ação como meio de alcançar outra coisa do querer. O imperativo categórico representa uma ação como objetivamente necessária por si mesma, independente de qualquer fim. Todos imperativos são fórmulas de determinação da ação que é necessária, segundo o princípio de uma vontade boa. Se uma ação é boa como meio para uma coisa, o imperativo é hipotético. O imperativo é categórico se a ação é representada como boa em si e necessária numa vontade em si conforme princípio de sua vontade. O imperativo diz qual ação é boa e representa a regra prática em relação com uma vontade. O hipotético diz que a ação é boa em vista da intenção possível, como princípio problemático, ou real, como princípio assertórico prático. O imperativo categórico é um princípio apodíctico prático, sem qualquer fim ou intenção. Os imperativos da habilidade indicam o que se deve fazer para alcançar um fim bom ou não.




[Felicidade] - A felicidade é o fim que se deve admitir a generalidade por uma necessidade natural. O imperativo hipotético assertórico visa a praticar ações em favor da felicidade. A prudência é a habilidade para escolher os meios para atingir o maior bem-estar.




[Moralidade] - O imperativo categórico não se relaciona com a matéria da ação e o seu fim, mas com a forma e o princípio do qual a ação deriva. A disposição caracteriza o que é bom na ação. O imperativo categórico é o imperativo da moralidade. Os três princípios impostos à vontade diferenciam-se como regras da habilidade, conselhos da prudência ou leis da moralidade. A lei é um conceito de necessidade incondicionada, objetiva e geral. O conselho é uma necessidade que só vale sob condição subjetiva e contingente. Os imperativos da habilidade são técnicos, os da prudência são pragmáticos, pertencem ao bem-estar; e os categóricos são morais, pertencem aos costumes em geral.
Os elementos do conceito de felicidade são empíricos e por isso esse conceito é indeterminado. Logo, não se pode agir por princípios determinados para ser feliz, só por conselhos empíricos. O imperativo que manda querer os meios para se chegar a um fim é uma proposição analítica e possível. o imperativo categórico busca sua possibilidade a priori, fora da experiência. Ele é uma proposição sintética-prática a priori. O único imperativo categórico é aquele que manda agir segundo uma máxima que pode ao mesmo tempo desejar se tornar uma lei universal. Deste, podem-se derivar todos imperativos do dever. A universalidade é a natureza dessa lei e, segundo esse conceito, ela também pode ser expressa assim: "age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, pela vontade tua, em lei universal da natureza".
O dever perfeito não permite qualquer exceção em favor da inclinação, doutro modo será um dever imperfeito. Temos que poder querer que uma máxima da ação se transforme em lei universal. As exceções provam o reconhecimento da validade do imperativo categórico, havendo apenas uma resistência da inclinação às prescrições da razão. A verdadeira legislação só pode exprimir-se em imperativos categóricos. Os seres racionais são os únicos que podem aplicar o imperativo categórico. A filosofia deve provar que nada se pode esperar da inclinação dos homens e tudo do poder supremo da lei e do seu respeito. Tudo o que é empírico prejudica a pureza dos costumes. A virtude verdadeira representa a moralidade despida de toda mescla com elementos sensíveis ou amor-próprio. Na filosofia prática, para descobrir-se a lei objetiva prática, basta a relação da vontade consigo mesma, enquanto for determinada só pela razão. Tudo o que é empírico desaparece, pois a razão por si só determina esse procedimento a priori.












Já sei, vc achou que é coisa de doido, e acho que é mesmo. É melhor tentar dormir, dentro de 5 horas estarei no púlpito falando sobre bibliologia.








Deus esteja nos abençoando a todos. A Ele toda a Glória e o Louvor para sempre em nossas vidas. Ore comigo, sou carente de vossa intercessão.








Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço




Pastor de Jovens da IEADC SEDE

Um comentário:

Ivan Panicio disse...

O verdadeiro lider, as vezes precisa estar sozinho...bem, nem sempre sozinho sozinho, mas, sozinho dos seus, das coisas, do conforto, de tudo que não seja simplesmente sua gênese...Deus.

Caro amigo, John Stott afirma que quanto mais crescemos, mais ficamos sozinhos. O próprio Cristo não tinha nem seus chegados para orar uma hora. Feliz o homem que possue um amigo de oração.

Mas o bom de tudo isso, é que nestas horas do "sozinho", percebemos o quanto somos acompanhados por Deus e pelos demais. Na na ausência que percebemos a presença! Paradoxal!

Bem, deixa eu parar tbém...rsrsr...nem começarei a falar que estar sozinho é relativo, se não...kkkk

Pastor, que o Senhor lhe sustente em tudo. Até a próxima viajem juntos;

Fraternalmente
Ivan Tadeu